Se me roubaste uma azeitona ou um tremoço,
Não tenho outro nome para ti senão ladrão.
Quero lá saber se és sem abrigo e sem almoço!
Tudo aqui tem mais sabor, tudo aqui tem mais carinho?
Pá, não acredites em tudo o que vês na TV.
E roubaste-me um polvo, não me roubaste um pão.
Mas que fome é essa com requintes de gourmet?!
Primeira necessidade? Não a podes invocar.
Não fui eu que disse, foram os doutos juizes.
Como é que te atreves ainda a ter paladar?
Mas porque não tem ainda a tua língua varizes?!
E, explica-me o paradoxo, um frasco de champô?!
Mas eu pensava que tomavas banho de chuva,
Que, enfim, nesse teu jeito marginal e rigolô,
vestias a causa ecológica como uma luva!
Um rico que me roube um milhão é artista,
Um pobre que me rouba assim, bah, nem cagança
Tem que me valha um doce traque de admiração.
Mas, enfim, a gente pinga-se por boa cobrança.
Estas histórias de pobre fazem vender jornais.
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Eu aqui, na Holanda, a fumar um charuto,
Enquanto tu deambulas na cidade,
Livre e rindo da Justiça que não te deita a mão.
Sou mais uma vítima desta iniquidade
E ainda me chamam Jerónimo, O-Sem-Coração.
Livre e rindo da Justiça que não te deita a mão.
Sou mais uma vítima desta iniquidade
E ainda me chamam Jerónimo, O-Sem-Coração.
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